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Carlos Moedas - Para memória futura

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Viva o 1.º de Maio (Texto atualizado)

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No 1.º de Maio, há 50 anos, estive ali. Fui um entre a maior multidão que alguma vez me envolveu. Foi o primeiro 1.º de Maio da minha vida, em liberdade, com a exaltante moldura de 1 milhão de portugueses. Jamais esquecerei aquele dia mágico, a degustar a liberdade e o sabor da democracia. O MFA foi a força motora do entusiasmo, a inspiração de todos os sonhos, a referência emblemática para todas as transformações, o algoz da ditadura e arauto da democracia. Foi a festa da liberdade numa jornada de emoções fortes e solidariedade. O feriado do 1.º de Maio, em Portugal, renasceu ali, tardio, exuberante, no rescaldo da ditadura fascista, com abril fresco de cravos e maio florido de sonhos, nos discursos de sindicalistas, seguidos dos de Francisco Pereira de Moura, Nuno Teotónio Pereira, Mário Soares e Álvaro Cunhal. Éramos mais, muitos, muitos mais do que os 500 mil que em 1886, em Chicago, deram origem e significado à data que nesse dia voltou a festejar-se em Portugal. A memória desse d

A descolonização trágica e a colonização virtuosa

Ramalho Eanes referiu como trágica a descolonização em que «milhares de pessoas foram obrigadas a partir para um país que não era o seu». Tem razão o ex-PR cujo papel importante na democracia e o silêncio o agigantou depois da infeliz aventura por interposta esposa na criação do PRD e da adesão à Opus Dei, sempre por intermédio da devota e reacionaríssima consorte, que devolveu o agnóstico ao redil da Igreja. Eanes distinguiu-se no 25 de novembro, como Dinis de Almeida no 11 de março, ambos em obediência à cadeia de comando: Costa Gomes/Conselho da Revolução . Foi sob as ordens de Costa Gomes e de Vasco Lourenço, então governador militar de Lisboa, que, nesse dia, comandou no terreno as tropas da RML. Mereceu, por isso, ser candidato a PR indigitado pelo grupo dos 9 e apoiado pelo PS que, bem ou mal, foi o partido que promoveu a manifestação da Fonte Luminosa, atrás da qual se esconderam o PSD e o CDS. Foi nele que votei contra o patibular candidato do PSD/CDS, o general Soares

Luís Montenegro e o dia de hoje

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O PM demitiu primeiro a Provedora da Misericórdia de Lisboa com a subtileza de um almocreve, a jactância de um covarde e os tiques de ditador. Depois negou o que Nuno Melo disse e a MAI confirmou, designado como hipótese académica o que o Governo decidira. Os objetivos do Governo começam a ficar claros:

O GOVERNO E AS FORÇAS ARMADAS

A notícia caiu com estrondo quando o ministro a quem saiu a Defesa na rifa do Governo anunciou a intenção de integrar delinquentes nas Forças Armadas. Pareceu tolice de um ministro impreparado antes de a ministra de a Administração Interna, Margarida Blanco, corroborar a intenção e, surpresa das surpresas, dizer que Nuno Melo falava “daquilo que sabe do seu Ministério” e “obviamente que falou em nome de todo o Governo”. Sendo o ministério da Defesa o único em que constitucionalmente o PR tem voz, como Comandante Supremo das Forças Armadas, ou aceitou e é cúmplice ou o Governo é imprudente e anda à deriva. Querer transformar pequenos delinquentes em grandes militares, como quer o Governo, só pode ser ideia de pequenos ministros assessorados por grandes delinquentes. Um país pode resistir a um PM incapaz, a uma maioria pífia ou a um PR que confunde funções executivas com as suas. Só não resiste quando todas as situações se reúnem. Em Portugal tudo o que podia correr mal, corre ef
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         Cartune de Varella

Carlos Matos Gomes - A opinião de um militar de Abril, historiador e escritor

A sociopatia e a compreensão das reparações coloniais Nem quero imaginar quanto vai pagar a Espanha ao Iraque, ou à Siria,de reparações pela Mesquita de Córdova e pelo Alhambra de Granada, obras dos árabes que vieram de Damasco e da Mesopotâmia com Abderramão, o príncipe fugitivo, e chegaram à Península Ibérica através do Norte de África! A proposta de reparações coloniais feita pelo presidente da República causou perplexidade a quem ainda é dado a surpresas e interrogações a quem procura estabelecer relações de causa e efeito nas suas atitudes. De um modo geral serviu para alimentar os comentadores e entreter os programas das televisões após as eleições. O elenco do “circo comentarial” dividiu-se entre malabaristas do Bugalho e ilusionistas do Marcelo. O que terá levado o senhor prior Montenegro a elevar o menino de coro a cónego da sua confraria em Bruxelas e o mestre de fogos-de-artifício de Belém a sacudir a esfarrapada passadeira que se desenrolou de Lisboa ao Índico durante c

Nuno Melo e a liderança atual do CDS

Nuno Melo é um reacionário que exige demasiada subtileza para o distinguir dos fascistas. É preciso um esforço hercúleo para encontrar no fogoso ministro da Defesa semelhanças com Freitas do Amaral ou Adelino Amaro da Costa. Tem dificuldade em distinguir a NATO de um clube de futebol (Atlético Norte?), mas não lhe falta o espírito belicista que levou Portas a apoiar Durão Barroso na invasão do Iraque.

Portugal - A democracia em perigo

Um país pode resistir a um PM incapaz, a uma maioria desagregada ou a um PR que não distingue as funções executivas das suas. Só não resiste quando todas as situações se reúnem. Em Portugal tudo o que podia correr mal, corre efetivamente mal e da pior maneira, fazendo jus à Lei de Murphy.

Twitter - Suspenso por ter publicado um desenho em 27 de abril de 2024

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Meus diletos, fui suspenso do X (ex-Twitter) Não se assustem com o diagnóstico do X a meu respeito. O diagnóstico e a respetiva suspensão devem-se à referência ao aniversário de nascimento de ditador Salazar com o desenho que aqui deixo. Continuo a gostar muito de viver.   «Olá, Carlos Esperança, Nossos sistemas detectaram que sua conta, @ponteeuropa foi bloqueada por violar as Regras do X. Mais especificamente, por: Violação das nossas regras contra a promoção ou o incentivo ao suicídio ou à automutilação. Você não pode promover ou incentivar o suicídio ou a automutilação. Quando recebemos denúncias de uma pessoa com ameaças de suicídio ou de automutilação, seguimos uma série de etapas para ajudar essa pessoa, como entrar em contato com ela e fornecer recursos, como, por exemplo, o contato de nossos parceiros de saúde mental. Se você estiver tendo pensamentos depressivos, de automutilação ou suicídio, busque ajuda imediatamente. Nossa Central de Ajuda disponibiliza uma

O aparente golpe de Estado contra a democracia – PSTJ, PGR e PR contra o PM

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1 – Procuradores do Ministério Público, em inabitual respeito pelo segredo de Justiça, enviaram ao Supremo Tribunal de Justiça /STJ) o processo Operação Influencer, onde o PM António Costa foi referido. 2 – Sem conhecimento do visado, antes da investigação de suspeitas que aparentemente resultaram da confusão de homónimos, António Costa Silva e António Costa, o presidente do STJ, Henrique Araújo, deixou o País estupefacto com a denúncia pública de que “o fenómeno da corrupção, que está instalada em Portugal, tem uma expressão muito forte na Administração Pública. Isto não é uma simples perceção, é uma certeza”. 3 – No dia 7 de novembro de 2023 a PGR, Lucília Gago reuniu-se com o PR Marcelo e, à saída da reunião, enviou aos media um comunicado com um infamante parágrafo que, para salvaguarda da dignidade institucional, levou o PM a demitir-se. 4 – A seguir agentes da PSP devassaram o gabinete do PM à procura de provas que confirmassem a acusação baseada em escutas, algumas ao long

Do artigo de Pacheco Pereira, ontem no jornal Público (27 de abril de 2024)

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  À atenção do Eng.º Carlos Moedas e à sua tendência para reescrever a História. 

Há 50 anos

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 Não avisaram o sr. Ambrósio! As Revoluções deviam ser comunicadas previamente.

Para memória futura

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Passou a ser uma necessidade. a  

General Monteiro Valente - Discurso oficial de homenagem em Vilar Formoso 25.04.204 (16H00)

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Senhor presidente da Assembleia Municipal, Professor Batista Ribeiro Senhor Presidente da Câmara Municipal de Almeida, Eng.º António Monteiro Machado -Autoridades civis, militares e das Forças de Segurança Excelências - Cumprimentos à viúva, filhas, netos e cunhado, Francisco Beirão. Quis o Senhor Presidente da Câmara, em sintonia com o Sr. Presidente da Assembleia Municipal, convidar-me para recordar aqui o excelso capitão de abril, Major-General Augusto Monteiro Valente. Esta homenagem carregada de simbolismo é um ato de gratidão para com o MFA que há 50 anos teceu a mais bela das Revoluções na longínqua madrugada de abril que ora aqui celebramos. Devemos aos heróis de abril o fim da ditadura, longa de 48 anos, e da guerra colonial que provocou 7481 mortos, 1852 amputados, 220 paraplégicos e o sofrimento em meio milhão de jovens enviados para os três teatros de guerra, Angola, Moçambique e Guiné. Foi, aliás, a guerra que sacrificou uma geração e comprometeu o destino dos

Almeida. Cinquentenário do 25 de Abril - Almoço popular comemorativo em Almeida

No 50.º aniversário da Revolução de Abril, neste almoço de homenagem à data, quando os herdeiros do fascismo ameaçam a democracia, há que recordar o País que tínhamos e que a Revolução transformou. Portugal tinha, na Europa, a maior taxa de analfabetismo, a maior mortalidade materno-fetal, neonatal e infantil, a mais elevada taxa de tuberculose e miséria igual a países do terceiro mundo. A escolaridade obrigatória terminava na 4.ª classe e a pobreza só foi minorada na década de 60 com o envio de dinheiro dos emigrantes para as famílias. A maior parte das aldeias carecia de água canalizada, saneamento, luz elétrica ou telefone. Às mulheres eram vedados os mais elementares direitos, desde a administração de bens do casal ou mesmo próprios, às mulheres casadas, ou da liberdade de passarem a fronteira sem autorização dos maridos. A impossibilidade do divórcio para casamentos religiosos, a quase totalidade, deixava as mulheres reféns da exclusiva vontade dos homens. Foi o 25 de Abri

25 de Abril, Sempre! (texto atualizado)

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Amanhã é dia de comemorar o cinquentenário da data maior da liberdade num país de quase nove séculos de História. Daqui a horas começa a noite da primeira madrugada em que a liberdade veio na ponta das espingardas embrulhada em cravos vermelhos, com balas por disparar e sonhos para cumprir. Há 50 anos. Nunca tantos deveram tanto a um exército que deixou de ser o instrumento da repressão da ditadura, para se transformar no veículo da liberdade que os capitães conduziram. Foi a mais bela página da nossa História e o dia mais feliz da minha vida. Abriram-se, por magia, as prisões, neutralizou-se a polícia política, acabou a censura e não mais se ouviram os gritos dos torturados nas masmorras da Pide. Há 50 anos, ainda os coronéis e os padres censores empunhavam o lápis azul da censura já sem efeito nas palavras e imagens cortadas. O dia 25 de Abril nasceria límpido e promissor com a guerra para acabar e a promiscuidade entre o Estado e a Igreja a ser interrompida. Os exilados e

Memória do passado para reflexão

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Uns esqueceram os cravos que lhes abriram a gamela onde refocilam, outros reabilitam os crápulas que nos oprimiram, outros, ainda, sem memória nem dignidade, afrontam o dia 25 de Abril com afloramentos fascistas e lúgubres evocações do tirano deposto. São conhecidos.

Rui Moreira e o Parlamento Europeu (PE)

Rui Moreira, um monárquico do CDS cuja candidatura foi lançada por Rui Rio para a presidência da Câmara do Porto, começou cedo a vida política no MDLP até se aproximar do PSD para prolongar a vida política. Esquecido o passado e resolvido com a sua absolvição o caso da Quinta do Selminho, tinha as coisas bem encaminhadas para ser o cabeça de lista da AD nas eleições para o Parlamento Europeu. Marques Mendes, alter ego do PR, anunciou-o como cabeça de lista da AD, os media confirmaram e o PR em jeito de mostrar que depois de dissolver a AR manda em tudo, telefonou-lhe a confirmar a boa nova: «a semana ia ser muito importante para ele». Quando Montenegro lhe anunciou que ia atrás do comentador Bugalho, enxofrou-se o edil e recusou com estrondo. Montenegro negou, mas Rui Moreira tem o hábito de ouvir os telefonemas do PM e do PR em voz alta, no automóvel, com testemunhas mais confiáveis do que Montenegro e Marcelo. O governo de Marcelo não cai às mãos das oposições, desfaz-se pe